Três anos, um livro
Por Miguel Conde, no Prosa
Por três anos, a escritora Cecilia Giannetti trabalhou em seu primeiro romance, "Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi" (Agir). Nesse período, ela perdeu e teve que refazer 70 páginas por conta de uma pane no computador, interrompeu a escrita várias vezes por causa de encomendas para antologias de contos, e tentou responder com paciência a quem perguntava: "e o livro?". Quando o texto já estava entregue à editora e sendo revisado, ela ainda adicionou um novo capítulo à história - mais uma alteração, a última, na obra. O livro ficou pronto ontem, em cima da hora para ser levado à Flip, onda essa manhã ela participou da primeira mesa, com outros dois jovens autores: Fabrício Corsaletti e Verônica Stigger.
Cecilia já tinha participado de debates do tipo antes, mas nunca com um livro para chamar de seu debaixo do braço. Os seus assim dilemas durante a escrita foram divididos com alguns poucos amigos, como o cronista do GLOBO João Paulo Cuenca, que ela conheceu anos atrás numa lista de discussão sobre música na internet. Agora, o que ela não quer é ler as resenhas do livro.
- Eu tenho que trabalhar, ler crítica do livro dos outros – diz a autora, que é editora do site Portal Literal e colunista da "Folha de S. Paulo".
Outros dois livros já estão começados. Um será uma história de humor. Outro, o romance para o projeto "Amores Expressos", que mandou 16 escritores a diferentes cidades por um mês para que eles escrevessem uma história de amor a partir da experiência (Cecilia foi para Berlim).
- Eu separo totalmente contos e romances do que eu escrevo no blog. A única influência da internet no meu trabalho é que ela me ajudou a não pirar. Eu era vocalista numa banda, vivia sempre em grupo, e quando resolvi escrever, tive que dar uma sumida, porque não tem outro jeito para escrever a não ser sozinha, sentada com a bunda na cadeira. Com o blog, eu mantinha algum contato com as pessoas.
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